O promotor de Justiça, deu voz de prisão a duas eleitoras suspeitas de mentir durante depoimento no Ministério Público (MP). Chamadas para depor na promotoria local, ambas negaram as afirmações feitas.
Elas haviam sido mostradas em reportagem do Teledomingo, da RBS TV, na qual afirmaram terem vendido seus votos em troca de emprego e um muro no município da Região Metropolitana de Porto Alegre.
Confrontada com provas reunidas pelo promotor de que não houve esse pagamento, a mulher sentiu uma indisposição e teve de ser medicada em um hospital, escoltada por policiais federais. Ela e a outra eleitora foram autuadas em flagrante por falso testemunho. Levadas à delegacia da cidade durante a madrugada, foram liberadas após pagar fiança.
Sem saber que estavam sendo gravadas por uma câmera escondida, as mulheres detalharam como teria sido a negociação como os candidatos (veja a reportagem no vídeo ao lado). Uma delas disse ter obtido um emprego na prefeitura para a filha por permitir a instalação de uma placa de campanha do vereador reeleito Fábio Wrasse (PDT), que não se manifestou sobre o caso.
“Todo mundo está vendendo. Eu não vendi. Eu só dei a minha palavra que eu ia botar (a placa) se eles garantissem o serviço para ela. Ele garantiu o serviço pra ela, eu botei a placa”, declarou a eleitora. A prática, segundo o Ministério Público, configura abuso de poder econômico.
Na mesma reportagem, outra eleitora disse que o candidato Jairo Kersting (PDT) construiu um muro para a casa dela, em troca do espaço para a placa de propaganda e pelo voto. Só a mão-de-obra custou R$ 1,7 mil. “Eu ainda disse pra eles, é antes das eleições, porque depois da eleição não diante mais”, afirmou a eleitora. O candidato negou a acusação.
Novas testemunhas do escândalo serão ouvidas na próxima semana. Para o promotor, a eleição em Triunfo foi comprometida pela compra de votos. A Polícia Federal também investiga o caso.
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